segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Horizonte vitral




No amanhecer revisito a ilha de sonhos perdidos e mergulho na imensidão de lembranças que se ondulam no tic tac do relógio.
Um passado tão vivo, tão impregnado no meu ser que nem parece que já se foi. Agora, num voraz desejo de deslembrar trilhas outrora, paro e compreendo que essas marcas serão eternas, mas nem por isso serão existenciais.
Relembro e escrevo a trilogia que permeou abruptamente a minha vivência, levando-me ao total desassossego de ser apenas uma canção ínfima.
Não posso fugir do sentimento de rancor que foi infiltrado no meu coração.
A lágrima que um dia rolou pelo meu rosto, já não mais cai, pois todos os meus sentimentos foram blindados a seres inadaptados ao amor.
A felicidade consiste em cada novo experimento que a vida proporciona.
As lembranças sempre irão existir, mas não numa esfera nostálgica e, sim, posso reter os momentos ruins como um aprendizado e, consequentemente evitar os mesmos erros em passos vindouros.
Sou feita para viver nas cores do arco-íris, onde coexistem distintas tonalidades que me ensinam à verdadeira trajetória da vida e, isso mostra um horizonte vitral, em que as falhas tornam-se preceitos infindáveis. Mas, será que o horizonte vitral é realmente a transitoriedade existencial? Ou é apenas uma dissimulação para manifestar que você ainda existe no meu coração?

Autora: Élida Teles


Escrevi essa poesia há uns dois anos atrás...

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